Charles Michael Laveso, nasceu na cidade de São Caetano do Sul – SP no ano de 1978, mas com poucos meses de vida se mudou para a cidade de Campinas, onde passou sua infância e adolescência.
Desde pequeno sempre gostou muito de desenhar e no início do ano de 1993 começou sua paixão por desenho realista.
Hoje ele ministra curso de desenhos realistas em sua cidade, mas também disponibiliza todo o seu conhecimento artístico através de aulas em vídeos.
Veja abaixo alguns dos seus trabalhos:
Recentemente ele escreveu uma declaração na sua página do Facebook sobre a Evolução dos Desenhos. Eu achei tão interessante que resolvi postar aqui na integra para vocês. Segue abaixo:
“Faz tempo que estava querendo escrever um pouco sobre a “Evolução nos desenhos”…
Recebo muitas mensagens parecidas, tipo:
Que papel vc usa?
Como faço pra deixar o desenho mais escuro?
Porque meus desenhos não ficam com a textura dos seus?
Qual o melhor lápis?
Porque sua lapiseira é diferente?
Será que se eu tiver e usar todo material que vc usa, meus desenhos ficarão melhores?
Quanto tempo vc demora pra fazer um desenho?
E por aí vai… Leiam e compartilhem, escrevi para incentivar e não desanimar, ajudo no que for possível, mas a “sua” evolução não depende de mim, mas de vc!… (sem maldade…rs)
Bem, tenho a certeza de que não é o material o fundamental, claro que se tivermos como adquirir o que for melhor, ótimo!
Mas definitivamente não é isso que vai fazer a diferença!
Depois de 10 anos dando aulas e 18 anos trabalhando com desenhos de retratos, conhecendo as habilidades e limitações tanto minhas como de alunos que passaram por aqui e ainda estão passando, chego à conclusão de que material ajuda, paciência é necessária, a prática conduz ao aperfeiçoamento, mas se não entender a “observação” não há evolução!
O que quero dizer com “observação”?
Observação de tons, de traços, de formas, de nuances e contrastes, de escuros e claros, de pretos, brancos e cinzas, de manchas e linhas, enfim… Devemos lembrar que o desenho feito por meio de uma imagem usada como referência, temos que “imitar” a referência, ainda que não entendemos a imagem, devemos “copiar” cada tom que a imagem nos apresenta, sem ter “pressa” de ver o todo, mas se desafiando a cada milímetro “tentando” copiar exatamente o que está “vendo”. E só ir adiante conforme ir se satisfazendo com o que está “pronto”.
Outra coisa importante, é ter uma “auto-crítica”. Se perguntar o tempo todo: O tom está igual? Esse escuro está igual àquele? Essa mancha que fiz aqui, tem na imagem?… Enfim, se cobrar mais, fuçar, experimentar materiais, conhecer papéis, se habituar com os tons que cada graduação de lápis produz, desenhar, desenhar e desenhar… Dedicar horas de desenho longe da net, se desligar de redes sociais no momento em que se dedica ao aprendizado.
Desenho é arte, requer concentração, um bom estado de espírito, uma música que vc realmente gosta. Tv desligada… Cadeira, mesa e boa iluminação, não cama e almofada…rs
Enfim, antes de digitar no Google ou no Face; como se faz isso ou aquilo? Descubra por vc mesmo, só assim se cresce como artista, quando somos exigidos a pensar, a dar respostas e não buscá-las prontas.
Há 18 anos atrás, não existia câmera digital, luminárias de led, mesa de luz portátil, acesso às informações à distância de um clique… Enfim, rasguei muitos desenhos, atravessei noites e noites desenhando, estraguei papéis, desenrolei esfuminhos pra saber do que era feito…rs… usei todas graduações de lápis pra descobrir o que era claro e o que era escuro, desenhei em praças, calçadas, avenidas, portas de restaurantes e lanchonetes, pegava restos de revistas em depósitos a fim de encontrar uma imagem que me agradava pra poder desenhar e montar um portfólio… Pegava lotações fiado, carregando quadros, mochilas, sacolas, cavaletes e pastas atrás de um lugar pra poder mostrar os desenhos, fugia da fiscalização urbana para não ter os trabalhos apreendidos junto de importados de camelôs e artesanatos de Hippies…
Não desenhava em papel “Fabriano”, não sabia o que era lápis Staedtler, mesa de luz, escanner, lapiseiras importadas, não sabia nem o que era Photoshop, não tinha Youtube, tutoriais, aulas em DVD, enfim, não precisava de tudo isso pra aprender… Precisava querer, às vezes achava que não daria em nada, reclamava, desistia, cansava, mas quando via já estava eu de novo debruçado na mesa desenhando “só mais um pouquinho”.
Como escreveu alguém: “… quando a gente quer mesmo, a madrugada vira dia. Quarta-feira vira sábado e um momento vira oportunidade.”
Não estou escrevendo isso para me furtar de dar informações, elas são boas, porém, deve se haver perseverança, respire isso, do contrário não há evolução.
Se comprar os meus DVDs, assista e faça os exercícios, pratique, desenhe 100x a mesma coisa, observe, enfim, se sinta seguro, goste do que está vendo, se o esboço ficar ruim, dificilmente o desenho final ficará bom… Saiba disso sempre! O traço de seu desenho tem de ser uma obra de arte!
Pratique!…
Obs. Não estou vendendo mais materiais de desenhos, apenas aulas em DVDs. Existem vários sites de materiais…
Obrigado à todos que leram e compreenderam, pois escrevi com a intenção sincera de ver a evolução em cada um que admira e se empenha no aprendizado.”
Charles Laveso.
Parabéns Charles Laveso, que você continue sempre nos presenteando com seu talento.
Abraço
Carlos Damasceno
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