Diante de tantos esquemas geométricos apresentados no Código Secreto do Desenho para a construção do rosto e, futuramente, para o corpo humano, você pode se perguntar ou até mesmo contestar sobre a real importância de tudo isso.
Pode ser que, por muitas vezes, uma voz aí no fundo de sua mente diga que existe um caminho mais fácil, mais intuitivo e até mesmo mais interpretativo, no qual você poderá contar com todo o seu “talento”.
Muitos pensaram, pensam e ainda pensarão desta mesma forma, porém até onde poderão confiar apenas no “talento”?
“Talento” é uma palavra complexa e seu significado no latim é “inclinação, desejo de fazer ou conquistar”.
Sem sombra de dúvidas, Osmar Arroyo considera que o significado de “talento” está mais para a busca do conhecimento e seu aperfeiçoamento, do que para a inércia causada em muitos, pelo robustecimento do ego e da vaidade.
Este é um problema que domina muitos estudantes do desenho, o fato de achar que já sabe o suficiente e que não precisa seguir regras, pois as mesmas só servem para quem realmente não tem o “dom”.
Esta palavra também aflige o cotidiano dos estudantes de desenho, pois a mesma significa no Latim “dádiva, presente”.
Será que realmente algumas pessoas receberam este presente ou desenvolvem uma habilidade através do conhecimento e treinamento?
Estas questões são muito complexas e contestáveis, mas dispensam discussões no momento, pois o que mais importa é o foco para adquirir o conhecimento e colocá-lo em prática para que, algum dia, o mesmo sirva de ferramenta essencial para o uso da criatividade, tanto na vida profissional quanto na vida pessoal.
Esta era a forma de pensar e agir dos grandes mestres do desenho e pintura.
Uma vida dedicada à arte, que irradia até os dias de hoje o valor dos seus esforços e dedicação.
Se não fosse pelo legado de DaVinci, Michelangelo, Durer e outros, talvez a arte não tivesse a importância que tem hoje na vida do homem.
Com base na importância deste legado, mais uma vez, Osmar Arroyo insiste em afirmar que é impossível desenhar a figura humana sem as regras que perpetuam a perfeição geométrica da estrutura anatômica.
Não apenas a figura humana, mas toda esta pluralidade de personagens estilizados, criaturas fantásticas ou variações de humanoides para filmes, jogos, livros ou HQs.
Todos estão diretamente relacionados ao domínio de tais regras.
Mas este domínio deverá passar por um processo de maturação, no qual o centro criativo despertará e passará por um estágio de desenvolvimento, em trabalho conjunto com os centros motor e cognitivo.
Este é o caminho de mão única, sem atalhos ou desvios, portanto, se você insistir em confiar apenas em si, com base na intuição, o despertar do seu centro criativo jamais passará de uma boa intenção ou tentativa frustrada.
A geometria anatômica é clara, objetiva e indispensável.
OS.: Esse artigo foi retirado do Código Secreto do Desenho volume 1